Como todo bom entendedor sabe, viola e cachaça andam juntas, que o digam as várias modas que imortalizam esse relacionamento, como “Moda da Pinga”, “Não beba mais Não”, dentre outras com “tema etílico”.
Foi o embrião de uma Feira da Cachaça que ainda buscamos adotar durante o evento, que virou em 2005 o Caipirapuru, melhor festa caipira do Oeste Paulista, fechando já 20 anos de promoção e salvaguarda da cultura caipira. Desde já, estamos convidando e abrindo espaço para os nossos alambiques e destilarias locais e regionais, bem como demais representações, para que possamos divulgar “a mais autêntica bebida brasileira”.
Falando nisso, para quem ainda não conhece, aqui vai a “Oração do Pau D’agua”, que com certeza deve ter sido escrita por alguém muito devoto da “água que passarinho não bebe”.
Dentro do seu livro cordel “A história do caipira – de Jeca Tatu aos Sem-Terras”, o Renato de Jesus na pele do escritor e cordelista JESUS DE BURARAMA também fala do assunto:
A CANA E SUA FILHA CACHAÇA Uma época bem bacana Foi quando surgiu a cana Foi chegando de mansinho Mas logo se espalhou Pois todo mundo plantou Tinham lá seu bocadinho Uma moenda manual Logo surgiu por sinal Montada por um vizinho
A cana veio pro Brasil Pela riqueza febril Que o açúcar prometia Mas lá naquele sertão Ela deu a produção Que o caipira mais sabia Mais fácil naquela altura Garapa pra rapadura Era o que ele fazia
Garapa virava melado Que conforme seu estado Dava rapadura e batida Dentro dum cocho de madeira O ponto vinha da maneira Que a massa era mexida
Usadas como adoçantes Garantiam num instante Um melhor sabor da vida
Já o açúcar mascavo Desde o tempo dos escravos Era simples sua receita Do melado mais amargo De secar tinha o encargo Pra sair coisa perfeita Depois com tudo moído O açúcar era obtido Podiam usar sem carêta
Tradição daquela gente Também faziam aguardente Da garapa destilada Servia pras noites frias Ou pra animar as folias Até pra remédio era usada Ofertada pras visitas A nossa pinga ou birita Sempre foi muito tomada
Dizem que o nome cachaça Vem da palavra cagaça O vinho azedo de cana Que já perto do estrago Era dado aos escravos Nas senzalas e nas cabanas Quando alguém aprendeu usar Um alambique pra destilar Virou uma coisa bacana
De barro era o alambique Que depois ficou mais chique Passaram a fazer de cobre Com o nome de aguardente A bebida de repente Interessou até aos nobres Virou bebida nacional Era tomada por igual Pelo rico e pelo pobre
A CACHAÇA “VELHO ÍNDIO”
Um grande parceiro das nossas festas caipiras que virou um cachaceiro (fabricante de cachaça), foi nosso amigo Índio Tinta, de Presidente Prudente, SP, com sua cachaça especial “Velho Índio”, de saber diferente, pois feita com o coração e o espírito de gente ligado à natureza.
Toda artesanal e preparada com mais de 40 ervas especiais, dentro dum ritual que diz respeito às próprias raízes ancestrais do Velho Índio, é uma cachaça que se revelou atraente principalmente para as mulheres, pois uma hora na geladeira a torna mais encorpada, quase um licor, revelando o seu sabor peculiar.
Contato: (18) 99612-3562